Ameaças de Trump sobre comércio com a Rússia passam a ser prioridade para o Itamaraty

Ameaças de Trump sobre comércio com a Rússia passam a ser prioridade para o Itamaraty

A diplomacia brasileira intensificou suas articulações com empresas e autoridades dos EUA diante das ameaças constantes do presidente Donald Trump de impor sanções secundárias a países que mantêm relações comerciais com a Rússia.

O alerta ganhou força após Trump reduzir, nesta semana, o prazo original de 50 dias dado ao presidente Vladimir Putin para negociar o fim da guerra na Ucrânia. Em um pronunciamento anterior, o republicano já havia mencionado que, se não houver progresso, os EUA irão retaliar nações que continuam importando petróleo, gás, fertilizantes e outros produtos russos.

Na quinta‑feira (31 de julho), Trump fez nova advertência ao Congresso, afirmando que pretende dobrar as tarifas sobre bens de países alinhados ao Kremlin. Ele citou explicitamente a Índia, visando penalizar sua aliança comercial e militar com Moscou.

O Brasil está na lista de potenciais alvos dessa ofensiva. No ano passado, o país importou US $ 6,2 bilhões em combustíveis da Rússia, um aumento de 18,6% em relação a 2023. As compras de fertilizantes alcançaram US $ 3,7 bilhões, crescimento de 4,4%. A dependência desses insumos preocupa Brasília, em especial pelo impacto imediato no agronegócio — depender de novos fornecedores no curto prazo é inviável.

Apesar de os EUA terem evitado sanções à União Europeia, que segue comprando gás russo, ainda há incertezas sobre como serão aplicadas restrições a outros países importantes para Washington, como a Turquia.

A principal preocupação do governo brasileiro recai sobre a possibilidade de sofrer retaliações políticas semelhantes às impostas com o “tarifaço” anterior. Diante disso, o Itamaraty mobilizou diplomatas e empresários, que mantêm diálogo constante com interlocutores em Washington. O argumento central é que a falta de fertilizantes poderia derrubar a produção brasileira — que é a terceira maior de alimentos no mundo —, elevando os preços globais e gerando inflação alimentar, algo que atrairia prejuízos econômicos mesmo para os EUA.

A diplomacia brasileira tem explorado eventuais brechas em conversas anteriores sobre o pacote tarifário dos EUA, aproveitando-se das oportunidades para enfatizar os efeitos colaterais de novas sanções.

Fonte: CNN Brasil.

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