Comer muita proteína por dia pode prejudicar saúde do coração, mostra estudo

Comer muita proteína por dia pode prejudicar saúde do coração, mostra estudo

De acordo com pesquisadores, refeições com alto nível proteico podem contribuir para o acúmulo de placas de gordura nas artérias.

Inserir proteínas em todas as refeições é uma estratégia importante para aumentar a saciedade, auxiliando no processo de emagrecimento, e para favorecer o ganho de massa muscular. No entanto, consumir esse nutriente em excesso ao longo do dia pode trazer riscos à saúde cardiovascular.

Descoberta é de estudo publicado na segunda-feira (19) na revista científica Nature Metabolism e desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. De acordo com a pesquisa, ter 22% das calorias ingeridas diariamente sendo compostas por proteínas pode aumentar o risco de aterosclerose ou, até mesmo, piorar a condição em quem já é diagnosticado.

A aterosclerose é caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura e colesterol na parede das artérias, o que restringe o fluxo sanguíneo e pode levar ao infarto e ao AVC (acidente vascular cerebral).

Como o estudo foi feito?

Para chegar às descobertas, os pesquisadores utilizaram estudos clínicos em humanos e experimentos que envolveram ratos. Os estudos com humanos contaram com um total de 23 participantes e foram divididos em duas configurações, ambas envolvendo duas refeições líquidas (uma com proteína padrão e outra com alto teor de proteína) com intervalo de uma a duas semanas.

A primeira configuração de estudo envolveu 14 participantes. Nela, a refeição padrão continha 10% das calorias totais compostas por proteínas, 17% por gorduras e 73% por carboidratos. A refeição com alto teor proteico continha 50% das calorias provenientes por proteínas, 17% por gordura e 33% por carboidratos.

Já a segunda parte do estudo envolveu nove participantes e tinha como objetivo imitar um cenário mais próximo da realidade. Com isso, a refeição padrão continha 15% das calorias totais por proteínas, 35% por gordura e 50% por carboidratos. A refeição rica em proteínas tinha 22% das calorias totais compostas por proteínas, 30% por gordura e 48% por carboidratos.

Durante a pesquisa, os cientistas observaram que a leucina, um aminoácido essencial (ou seja, que deve ser consumido através dos alimentos), pode contribuir para o desenvolvimento e agravamento da aterosclerose quando consumida em excesso.

Essa abundância é atingida em refeições com alto teor de proteína, com mais de 25 gramas do nutriente por refeição ou 22% das calorias totais sendo compostas por proteínas. Segundo os autores, altos níveis de leucina ativaram uma via nas células do sistema imunológico associada à aterosclerose.

Já em relação ao estudo feito com ratos, os pesquisadores criaram dietas para os roedores com conteúdo proteico que imitava uma ingestão média (15%) e alta (22%) de proteína por um adulto norte-americano. De acordo com o estudo, os camundongos que consumiam um alto teor de proteína por refeição também tinham maior probabilidade de desenvolver aterosclerose e doenças cardiovasculares.

Os autores do estudo concluíram que a alta ingestão de proteínas pode contribuir para doenças cardíacas e sugerem que dietas com alto teor proteico sejam feitas com acompanhamento profissional e dentro das diretrizes dietéticas.

De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), a ingestão diária de proteínas deve ser de 0,8 gramas a 1 grama por quilo de peso corporal, por pessoas que não praticam atividades físicas. Já quem é mais ativo fisicamente, a quantidade pode variar de 1 a 2 gramas por quilo diariamente, dependendo da atividade praticada.

Fonte CNN

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