Pedra nos rins: conheça causas, cuidados e tratamentos

Pedra nos rins: conheça causas, cuidados e tratamentos

Cálculo renal afeta muitas pessoas, e é famoso pelas dores envolvidas. Especialistas orientam sobre prevenção e novos tratamentos.

No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho”. Os famosos versos de Carlos Drummond de Andrade ganham um sentido ainda mais relevante para quem sofre com uma velha conhecida das pessoas: a famosa pedra no rim.

Alguns estudos estimam que entre 10% a 12% da população mundial sofrem com os cálculos renais – nome científico da pedra no rim. Outros levantamentos indicam que essa porcentagem já chega aos 15%, e que, no Brasil, um milhão e meio de pessoas apresenta algum tipo de disfunção renal.

Dr. Hélder Polido, Urologista e Diretor Médico do Instituto Hélder Polido, em São Carlos, confirma a alta frequência de casos.

A litíase renal é, de fato, uma das queixas mais comuns em nossa rotina de atendimentos médicos”, diz o especialista.

Mas o que é, afinal, a pedra no rim?

Dr. Hélder explica que o cálculo renal é uma formação endurecida que tende a aparecer nos rins ou em outros trechos das vias urinárias, normalmente como resultado de um acúmulo de cristais existentes na urina. Por serem rígidas, essas formações são chamadas de pedras, e elas podem ser formadas por diferentes tipos de substâncias.

O que se chama popularmente de pedra é o produto da solidificação de sais minerais, cristais de cálcio, como o oxalato de cálcio, ou até mesmo ácido úrico, que se aglutinam nessas estruturas de formatos e tamanhos diversos. Elas podem permanecer onde estão ou acabar migrando pelo trato urinário, geralmente causando muita dor na pessoa”, afirma o médico.

Quais as causas da pedra no rim?

“Podem ser as mais diversas”, afirma o profissional. Segundo ele, nem sempre é possível identificar com clareza qual é a origem do problema, mas existem fatores de predisposição que costumam estar associados à formação das pedras no rins. São eles:

  • fatores genéticos
  • baixa ingestão de líquidos, especialmente água, levando a uma urina com volume insuficiente ou com alta concentração de sais
  • elementos externos ou ambientais, como o clima muito quente ou exposição excessiva ao ar condicionado
  • estilo de vida (sedentarismo, obesidade e dieta com alto consumo de proteínas, sal e açúcares)
  • alterações anatômicas nos rins e vias urinárias
  • disfunções hormonais, como o hiperparatireoidismo (ligado ao metabolismo do cálcio)
  • uso de certos medicamentos ou suplementos alimentares
  • presença de doenças inflamatórias intestinais, como a Doença de Crohn
  • baixa produção de substâncias como citrato ou magnésio, que contribuem para evitar a formação de cálculos

Dados da Sociedade Brasileira de Urologia indicam que o risco de episódios de pedra nos rins aumenta em 30% durante o verão. Dr. Hélder também lembra que os homens são três vezes mais propensos a sofrer com cálculos renais do que as mulheres.

Segundo o especialista, a prevenção da pedra no rim passa pela atenção aos fatores sobre os quais se tem algum controle, como a ingestão de líquidos, o cuidado com a dieta alimentar e a adoção de hábitos de vida saudáveis.

Principal sintoma: a famosa dor

A presença de cálculos renais pode passar despercebida pela pessoa acometida pela litíase renal. Isso acontece quando a pedra se aloja em um local dos rins e permanece imóvel. Em alguns casos, menos frequentes, pode até ocorrer do cálculo se deslocar pelas vias urinárias e ser expulso sem que o indivíduo perceba alguma grande alteração. Mas, segundo Dr. Hélder, essa, infelizmente, não é a regra.

“O normal é que o movimento do cálculo pelas vias cause uma dor súbita, muito intensa, e por vezes incapacitante. Ela surge em cólicas, com picos de intensidade, e pode ser acompanhada de náuseas e vômitos. Esse é o principal sintoma e, claro, não é possível ignorá-lo”, afirma.

O urologista também aponta outros sintomas geralmente relacionados à presença de cálculos renais:

  • presença de sangue na urina
  • dificuldade ao urinar (redução ou interrupção do fluxo)
  • aumento na frequência da vontade de urinar

O atendimento médico deve ser buscado assim que os primeiros sintomas aparecem, não apenas para mitigar o sofrimento da pessoa, aliviando a dor, mas também evitando que o problema se agrave, podendo levar a uma infecção urinária ou a outras condições de saúde mais sérias.

Por conta disso, o Instituto Hélder Polido oferece um atendimento de urgência para seus pacientes, visando oferecer cuidado e alívio emergencial para casos de crises renais, bem como outros quadros de saúde sensíveis.

Tratamentos para pedra nos rins

Uma vez constatada a presença do cálculo renal, várias abordagens médicas podem ser utilizadas, dependendo do tamanho da pedra e do local onde se encontra. Em alguns casos, um tratamento mais conservador pode ser proposto, com medicamentos para controlar a dor e estimular a expulsão espontânea da pedra.

Quando a opção conservadora não mostra efeito, ou em casos em que o paciente já está enfrentando risco de infecções, outros métodos devem ser aplicados. Segundo Dr. Hélder, as alternativas mais indicadas são a litotripsia – uma técnica com base em ondas de choque direcionadas ao cálculo, visando quebrá-lo em partes menores e facilitar sua eliminação natural pela urina – ou um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que retira a pedra, após sua fragmentação.

Especializado em Cirurgia Urológica Minimamente Invasiva (Videolaparoscopia e Robótica) pelo Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP/HSL), o profissional afirma que o procedimento é simples e rápido, e oferece uma solução efetiva para o problema, eliminando a pedra.

Dr. Hélder, Dr. Carlos e Dr. Allan, do IHP, em cirurgia minimamente invasiva com Dr. Anuar Mitre, do Hospital Sírio-Libanês — Foto: Crédito: Divulgação

Dr. Hélder, Dr. Carlos e Dr. Allan, do IHP, em cirurgia minimamente invasiva com Dr. Anuar Mitre, do Hospital Sírio-Libanês — Foto: Crédito: Divulgação

“Como qualquer cirurgia minimamente invasiva, são muitos benefícios oferecidos, como a rapidez da recuperação, pouca dor pós-operatória e baixíssimos riscos envolvidos”, afirma.

Dr. Hélder lembra que, quando possível, o cálculo é analisado para identificar sua composição bioquímica. Isso ajuda a equipe médica a compreender qual tipo de formação a pessoa está mais predisposta a ter, e ajuda na indicação de ações preventivas. No Instituto Hélder Polido, que conta com uma equipe multidisciplinar de médicos e profissionais de saúde, essas ações podem contar com orientações complementares de especialistas em Nefrologia e Nutrição, por exemplo.

“Eliminar uma pedra no rim é uma sensação de alívio incrível para quem está sofrendo com ela. Mas a medicina do futuro é focada na prevenção, e se pudermos contribuir para que a pessoa não volte a ser acometida por esse problema, isso é o ideal”, finaliza o médico.

Fonte EPTV

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